Inquérito Hábitos Alcoólicos
Em projectos deste carisma, normalmente, recorre-se a determinadas técnicas de investigação, nomeadamente, a inquéritos por questionário, que é uma das técnicas de recolha de dados mais acessível e, por isso foi utilizada no decorrer deste projecto. Visto que grande parte das patologias associadas ao aparelho digestivo, derivam do excessivo consumo de álcool, foi realizado um estudo, a alguns alunos da Escola Secundária Jaime Moniz, a ponto de averiguar os hábitos alcoólicos dos adolescentes, quando é que consumiram pela primeira vez bebidas alcoólicas, como é que se sentem ao consumirem, se já alguma vez estiveram embriagados ou perderam os sentidos e o nível de conhecimento relativamente aos malefícios adjacentes ou às consequências, derivadas do consumo excessivo de bebidas alcoólicas, no fígado.
Estes inquéritos foram entregues a algumas turmas da comunidade escolar, tal como já foi referido, sendo cerca de 131 inquéritos. As turmas para o efeito foram seleccionadas aleatoriamente, sendo duas turmas de décimo ano dos cursos, Ciências e Tecnologias e Ciências Sociais e Humanas, quatro turmas de décimo primeiro ano dos cursos, Artes Visuais, Ciências Socioeconómicas e Ciências e Tecnologias e duas turmas de décimo segundo ano dos cursos, Ciências e Tecnologias e Tecnológico de Desporto.
Posteriormente, passamos ao seu tratamento estatístico e no que diz respeito às idades dos inquiridos, estas variam entre os 15 e os 21 anos, sendo 60% do sexo feminino e 40% do sexo masculino.
Gráfico nº1
Constatámos ainda que temos uma maior percentagem de jovens consumidores, sendo cerca de 89% os jovens que já consumiram bebidas alcoólicas, como cerveja e vodka, em contraste com os restantes 11% que ainda não consumiram, e assim respeitam o organismo, visto que até aos 18 anos o fígado ainda não é capaz de digerir o álcool.
Gráfico nº2
Por que é que os jovens bebem tanto? Que vazio é esse que eles tentam preencher com a bebida? Antes de examinar a situação deles em relação à bebida, é preciso considerar que o consumo excessivo de bebidas alcoólicas não é um problema comum somente entre esta faixa etária. Também nos adultos a incidência é alta. Para além, da forte influência que os adultos exercem na formação dos jovens, sabemos ainda, que as necessidades, desafios e os diversos problemas com os quais defrontam no dia-a-dia, aliados à consciência da fragilidade humana, demandam esforços permanentes no sentido de encontrar fontes saudáveis de prazer e bem-estar. Por outro lado, as inúmeras dúvidas e inquietações próprias dos jovens, tornam-no muito vulnerável à busca de quaisquer formas de escape diante das suas dificuldades, o que pode reflectir-se, entre outras formas, no consumo excessivo de bebida.
É preciso, também, considerar a influência que o próprio grupo de jovens com quem convive pode exercer sobre ele. Sabe-se que eles afirmam a sua identidade no próprio grupo excedendo-se no uso de bebidas. Assim, de acordo com os dados recolhidos apurámos que em média os jovens começam a consumir bebidas alcoólicas já aos 14 anos.
Quanto ao facto de estarem acompanhados ou sozinhos quando consumiram bebidas alcoólicas pela primeira vez, verificámos que 95% dos inquiridos consumiram acompanhados, em bares e/ou discotecas, enquanto que os outros 5% consumiram sozinhos, comprovando assim que consomem pela ‘pressão social’ e sem uma noção dos malefícios do que o álcool poderá fazer nos seus organismos.
Gráfico nº3
Perante este facto, à que fazer referência, nomeadamente, à questão relacionada com o estado de espírito dos jovens ao consumirem bebidas alcoólicas. Pelo que, uma esmagadora maioria de 97% dos inquiridos dizem-nos que se sentem contentes, satisfeitos e equitativamente desinibidos, enquanto que os restantes 3% se sentem deprimidos. Perante estes resultados constatámos que o álcool tem um maior efeito positivo nos jovens do que negativo.
Gráfico nº 4
Além disso, há jovens expondo-se e pondo em risco a si e a outras pessoas, quando, por exemplo, além do excesso de bebida, dirigem embriagados, provocando acidentes graves, ou tornam-se agressivos.
Sendo assim, neste inquérito, questionamos se já alguma vez estes jovens já tinham estado embriagados. Pelo que obtemos que, 67% nunca esteve embriagado, enquanto que 33% já esteve embriagado.
Gráfico nº5
Por outro lado, relativamente à perda dos sentidos, 96% dos jovens nunca perdeu os sentidos, contrariamente aos restantes 4%.
Gráfico nº6
As patologias associadas ao álcool estão entre os mais sérios problemas da saúde humana. O conhecimento dessas mesmas patologias é muito importante nos dias de hoje. De entre os jovens inquiridos cerca de 60% conhecem alguma patologia que deriva do consumo de álcool, posto que as mais conhecidas são a cirrose e a hepatite. Por outro lado, aproximadamente, 40% dos jovens não conhece nenhuma doença, sublinhado que esta falta de conhecimento incide de um modo mais significativo sobre os alunos de 10º ano, sendo nesta faixa etária que iniciam o consumo de álcool.
Gráfico nº7
Do mesmo modo, questionou-se o facto de estes jovens possuírem ou não familiares com alguma doença associada ao consumo de álcool, pelo que obtivemos que 8% dos inquiridos tem familiares com doenças relacionadas com a bebida, como a cirrose, enquanto que os restantes 92% não tem nenhum membro da família que possua alguma doença.
Gráfico nº8
.jpg)
